A União Nacional por Moradia Popular convoca todos os companheiros e companheiras das nossas bases para enfrentarmos mais um capítulo desse processo sujo e iníquo que culminou no afastamento ilegal da presidenta Dilma Rousseff.
A nossa democracia foi arrasada e é vítima inocente de um verdadeiro GOLPE. O governo interino, provisório, comandado pelo traidor Temer, em pouco menos de 24 horas já definiu estratégias e traçou diretrizes de governação que contemplam 1% dos brasileiros mais ricos e excluem os trabalhadores. Também já ficou mais do que evidente que este governo ilegítimo é insensível e indiferente às causas justas dos negros e das mulheres na busca de um maior protagonismo no cenário social e político. De fato, nunca fez tanto sentido o trecho daquela música de Chico Buarque de Holanda que diz “Dormia a nossa Pátria Mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações”. Sim, a nossa Pátria foi alvo de tenebrosas e escusas transações durante muito tempo e aquilo que para o povo era impensável há um ou há dois meses atrás acabou por se concretizar.
Não devemos nos iludir com as promessas vãs de que os programas sociais não serão extintos, porque o que está em causa é um novo e retrógrado modelo de país que, sob o argumento de “salvação da economia”, promete entregar a riqueza do povo aos empresários e banqueiros de dentro e de fora do Brasil. A luta apenas começou, e agora, mais do que nunca, precisaremos concentrar esforços, acumular energia, manter a vigilância, ser solidários, combativos, cultivar a esperança no justo e no socialmente bom e trabalhar arduamente pela nossa democracia e pelas bandeiras da justiça e da igualdade entre os cidadãos. Temos que assumir ativamente o papel de lutadores e lutadoras do povo, temos que ser invencíveis e manter a nossa base firme na resistência. Resistir! Esta é a palavra de ordem! E a resistência, sobretudo de ideias, tem que ser construída diariamente, nos nossos locais de trabalho, nas escolas, nas comunidades, entre amigos, nas plenárias, nas reuniões de grupo, e esta construção servirá de importante alicerce às nossas reivindicações na rua e nos demais espaços de participação popular democrática. Temos que ser incansáveis instigadores da democracia, da participação popular, do embate político com argumentos e em defesa do povo brasileiro.
Somos testemunhas vivas de conquistas importantes como: o MCMV, o prouni, as cotas pra nosso povo negro, a construção de universidades, a concessão de terras do Governo Federal para construção de moradia popular, a conquista de direitos trabalhistas para as empregadas domésticas. Temos também a perfeita consciência dos equívocos políticos feitos pelo governo nos últimos anos, das suas falhas, sobretudo quando tentou equilibrar na mesma balança o compromisso com o povo e as alianças corrosivas, destrutivas, que eram amigas por conveniência e se mostraram traidoras ao se alinharem com o GOLPE. Contudo, não podemos aceitar que todas as conquistas e que todos os avanços para o povo sejam jogados na lata do lixo. Nos manteremos unidos, aguerridos e vigilantes, prontos para o embate contra qualquer tentativa de retirada de direitos sociais. Iremos às ruas resistir e protestar como sempre fizemos. Não é hora de fraquejar, não é hora de lamentar os fatos e os equívocos ocorridos durante o governo democrático. É hora sim de mantermos nossas místicas, de erguermos nossos punhos, de celebrar as conquistas e encarar esse cenário tenebroso de cabeça erguida e punho forte, pois, para quem crê, sempre há uma esperança. E não podemos esquecer: RESISTIR deve ser a nossa palavra de ordem na certeza que sairemos sempre vitoriosos.
VIVA O POVO COMBATIVO, VIVA A UNIÃO NACIONAL POR MORADIA POPULAR