NOTA DA UNIAO NACIONAL POR MORADIA POPULAR SOBRE AS FALSAS DENÚNCIAS SOBRE A ASSOCIAÇÃO HABITACIONAL DE IPATINGA

 

A União Nacional por Moradia Popular (UNMP), entidade que atua em defesa do direito à moradia e à cidade, organizada em 18 estados brasileiros e que tem entre os seus princípios a defesa da participação popular e da autogestão habitacional, vem a público repudiar as calúnias divulgadas por parte da imprensa sobre a Associação habitacional de Ipatinga e o Programa Minha Casa Minha Vida Entidades.

A Associação Habitacional de Ipatinga e seus coordenadores, Usania Maria Gomes e Saulo Manoel Silveira, são pioneiros, no Brasil, na organização de grupos populares para a promoção de empreendimentos habitacionais. São membros fundadores da UNMP e, desde a década de 80, lutam por uma política nacional de habitação popular, tendo sido protagonistas, ao lado de diversas organizações populares, de grandes avanços na habitação brasileira, como a proposição do Fundo Nacional de Moradia Popular, convertido na lei 11.124, com a criação do Sistema Nacional de Habitação Popular, na criação do programa Crédito Solidário e do Programa Minha Casa Minha Vida. A AHI foi responsável pela construção de mais 3800 moradias populares ao longo desses anos e hoje constrói 560 unidades para famílias sem teto, que lutam para conquistar sua moradia.

O programa Minha Casa Minha Vida Entidades foi construído pelo governo federal a partir de experiências exitosas de associações e cooperativas populares de todo o Brasil, inclusive da Associação Habitacional de Ipatinga, que tem demonstrado, por meio da autogestão dos recursos públicos, uma produção habitacional de qualidade, com resultados sociais e construtivos bem acima da média da produção convencional.

Repudiamos a tentativa de manipular e distorcer informações, bem como de criminalizar as estratégias de organização. A entidade citada não cobra, nem nunca cobrou, taxas para acesso ao programa federal, mas sim, como entidade popular, busca recursos entre seus associados para cobrir os custos para a viabilização dos projetos habitacionais.

Repudiamos veementemente a tentativa de criminalização da organização popular autônoma e de base, onde são as próprias famílias sem teto as protagonistas da construção da solução da questão da moradia, lutando por políticas públicas permanentes e pelo controle social dos investimentos públicos.

 

Brasil, 4 de setembro de 2014