O Programa Casa Verde e Amarela, lançado em 25 de agosto de 2020, exclui praticamente as famílias mais pobres que ganham menos de 1800 reais e que estão situadas na chamada faixa 1 do MCMV. Nesse segmento encontra-se o maior déficit habitacional do país.
Para acessar o novo programa, as famílias tem que atender a uma série de critérios que elas não têm condições de comprovar para obter o financiamento habitacional , como ter o nome limpo no Serasa, no SPC e não ter dívida com bancos públicos. E além disso, há ainda a chamada análise de risco de crédito dos bancos onde as famílias pobres não têm como ser aprovadas. Ou seja, pela lógica do atual governo elas continuarão a ser excluídas.

Além da nota dos movimentos populares urbanos contra a MP 996/20, que afirma que a medida é voltada para os interesses do mercado financeiro e dificulta o acesso dos mais pobres à moradia digna, vejam abaixo outras análises do programa.

Miriam Belchior, ex-ministra do Planejamento, mostra as debilidades do programa em entrevista à Rede Brasil Atual.

Renato Balbim, geógrafo do IPEA, escreve sobre Os tons de cinza do Casa Verde e Amarela mostra que as mudanças do programa são apenas uma jogada de marketing já que pouco altera as condições de financiamento.

A arquiteta Isadora Andrade Guerreiro, em seu artigo Casa Verde e Amarela, securitização e saídas da crise: no milagre da multiplicação, o direito ao endividamento mostra a relação do programa com as ideias econômicas do setor financeiro e do atual governo.

O Observatório das Metrópoles publicou o texto Casa Verde e Amarela: pontos críticos do novo programa habitacional do Governo Federal que analisa as novas medidas.