Dois protestos realizados esta manhã em frente à sede da Prefeitura do Recife causaram um grande congestionamento que atingiu até a zona norte da cidade. Representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e do Movimento de Luta e Resistência pelo Teto (MLRT) fecharam a Avenida Cais do Apolo nos dois sentidos. A manifestação, realizada em frente ao edifício-sede da administração municipal, causou muitos transtornos aos motoristas e pôde ser sentida até o final da Avenida Norte, no sentido subúrbio-cidade, e até o Armazém 14, no sentido cidade-subúrbio. Por volta das 11h40, os sem-teto aceitaram liberar a faixa no sentido subúrbio, onde estavam localizados os carros de som dos movimentos. Às 12h50, a outra via também teve o tráfego reestabelecido.

 Por volta das 10h40, a Companhia de Trânsito e Transportes Urbanos (CTTU) iniciou três desvios no tráfego: dois na Avenida Cais do Apolo e um na Ponte do Limoeiro. Um dos bloqueios da Avenida Cais do Apolo foi feito na frente da Avenida Alfrego Lisboa, que dá acesso ao prédio da PCR para quem vem da Avenida Norte. Os carros que tiveram que seguir pela Rua da Aurora, deixaram o tráfego lento até a Avenida Mário Melo. O outro bloueio, realizado em frente ao Banco do Brasil, obrigou os motoristas a seguirem em frente pela Alfredo Lisboa até o Marco Zero. Já o bloqueio da Ponte do Limoeiro forçou os condutores a desviarem pela Avenida Cruz Cabugá e seguirem pelo Treze de Maio, em direção ao centro. A comerciante Sara Oliveira, de 49 anos, que entrega almoços a domicílio, disse que ficou cerca de 25 minutos parada em frente à Prefeitura; “É um absurdo ter que passar por um transtorno desses por conta de um protesto que eu nem sei a causa”, queixou-se. 

 

 As cerca 80 famílias ligadas ao MTST exigem agilidade na licença ambiental que permite a construção de residências na Lagoa da Conquista e querem rediscutir a questão do cadastramento de 128 famílias para o Conjunto Habitacional Zeferino Agra. Segundo o reverendo Marco Cosmo da Silva, um dos líderes do movimento, a lista dos beneficiados foi modificada pela Secretaria de Habitação. Quarenta integrantes do MTST subiram ao prédio e ocuparam o sétimo andar, onde funciona a Secretaria de Habitação. 

 Já os integrantes do MLRT pedem a compra de um terreno no Bongi, localizado na Avenida Itapemirim, para a relocação de 30 famílias. De acordo com Giancarlo Costa dos Lírios, representate do movimento, a área, que já teria sido vistoriada, seria utilizada para a segunda parte do conjunto habitacional que recebeu 64 famílias, construído na Rua Isaac Markman, nas proximidades do terminal de ônibus do Bongi.

 No final da manhã, o secretário da Habitação, Heraldo Selva, o secretário adjunto e o diretor social da pasta receberam quatro representantes da Lagoa da Conquista e dois do MTST, encerrando a ocupação ao sétimo andar da Prefeitura. Em seguida, serão recebidos os membros do MLRT. A Adminstração Municipal promete se pronunciar sobre os pleitos dos movimentos ainda hoje, através de uma nota oficial.