A União Nacional por Moradia Popular (UNMP) inicia as lutas em 2019 reafirmando seu compromisso com a defesa dos direitos das classes trabalhadoras. Em abril, completa-se um ano da prisão arbitrária de Lula, que teve como principal objetivo político implantar uma agenda de retrocessos e violações de direitos no Brasil. Esta prisão ilegal contra nossa maior liderança popular da história foi articulada pela mesma aliança que deu um golpe na Presidenta Dilma e elegeu Bolsonaro, composta pelos empresários, os grandes meios de comunicação, os partidos de direita que dominam os poderes Executivo e Legislativo, e pelo Judiciário. Por isso, exigimos Lula Livre!
Nesses primeiros meses de governo Bolsonaro, segue o contexto de profunda crise política, econômica e social, em que as famílias mais pobres sentem diretamente as consequências da retirada de direitos e do corte de investimentos nas áreas sociais. Mais de 30 bilhões do orçamento foram bloqueados neste mês de março, colocando em risco políticas sociais de diversas áreas. E a vida do povo só vai piorar se o principal projeto de Bolsonaro for aprovado: a reforma da previdência. Trata-se, na prática, do fim do direito à aposentadoria, pois o texto enviado ao Congresso contém pontos como: obrigatoriedade da idade mínima para aposentadoria de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres, com um período de transição de apenas 12 anos para eles e 10 anos para elas; a idade mínima aumentará a cada quatro anos a partir de 2024, ou seja, a regra para que um trabalhador possa se aposentar no futuro poderá ficar ainda pior; e as trabalhadoras mulheres e algumas categorias, como os rurais e os professores, serão ainda mais prejudicadas pelo projeto, pois a proposta exclui as aposentadorias específicas e não respeita o fato de que algumas profissões são essencialmente penosas e desgastantes! O governo ainda institui o modelo de capitalização, que levou os aposentados do Chile à miséria, pois todo trabalhador tem que poupar a sua aposentadoria para sacar depois de 30 anos, e sabemos como é difícil sobrar qualquer dinheiro no fim do mês. Para piorar ainda mais, a reforma afeta quem já está aposentado, pois os reajustes serão desvinculados do salário mínimo.
Com exceção dos militares, que junto com os juízes e políticos são os verdadeiros privilegiados pelo sistema, todos os trabalhadores, do campo e da cidade, serão atingidos e terão de trabalhar mais para ganhar menos na aposentadoria. Também faz parte dos retrocessos criminalizar os movimentos sociais e as lideranças sociais. Desde o golpe só aumentou o uso do aparato policial e judicial para perseguir lideranças, em aliança com os meios de comunicação tradicionais. Outra face da violência contra a luta popular é o assassinato da Vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Pedro, em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro-RJ, caso ainda não solucionado, pois foram presos os autores dos disparos, mas nada se falou dos mandantes do crime. Diante disso, é preciso que o povo brasileiro se organize e lute em defesa do projeto político que Lula representa, de transformação social, desenvolvimento e conquista de direitos. Nas palavras de Lula: “Todos vocês, daqui pra frente, vão virar Lula e vão andar por este país fazendo o que vocês têm que fazer e é todo dia! Eles têm de saber que a morte de um combatente não para a revolução (…). Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais poderão deter a chegada da primavera. E a nossa luta é em busca da primavera”.