Pautando a questão ecológica, a 17ª edição do Grito dos Excluídos já tem lema definido: “Pela vida, grita a Terra. Por direitos, todos nós!”. A escolha se deu em reunião da coordenação nacional, no dia 17 de fevereiro, em conformidade com sugestões enviadas pelos articuladores e com o tema da Campanha da Fraternidade, que este ano é “Fraternidade e a vida no planeta”, com o lema “A criação geme em dores de parto”.
O secretário nacional do Grito dos Excluídos, Ari Alberti, afirma que a coordenação busca o comum acordo. “Nós sempre tentamos chegar a um consenso, vamos discutindo o lema até que todo mundo saia ‘ganhando’”, explica. O Grito é promovido por várias organizações sociais e acontece na semana da pátria, no dia sete de setembro, com o objetivo de questionar a situação de opressão vivenciada por uma grande parcela da sociedade. “A gente quer chamar atenção para o que seria essa independência comemorada neste dia e dizer que as pessoas não podem perder a capacidade de se indignar”, declara Ari. Cada cidade pode enriquecer o Grito dos Excluídos com suas próprias demandas de luta.
Dentre os objetivos e eixos da manifestação deste ano, estão levantar a voz contra a violência e as grandes obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), como as realizadas para receber a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016. “É preciso ver que crescer não necessariamente é se desenvolver. Todas essas obras vão gerar remoções de pessoas pobres, sofrimento, gasto de dinheiro público e é o povo quem vai pagar, com impostos”, conta Ari.
No fim de março e início de abril acontecem, respectivamente, a Plenária Nacional da Assembleia Popular e o 13° Encontro Nacional de Articuladores do Grito, ambos em São Paulo. Os encontros devem encaminhar questões organizativas e também funcionam para dar “ânimo” aos articuladores locais e regionais, no momento em que partem para a mobilização de suas cidades. No ano passado, ocorreram manifestações do Grito dos Excluídos em todos os estados do país, à exceção do Acre, e não apenas em capitais, mas também no interior.
Na coordenação do Grito dos Excluídos estão: Campanha Jubileu Brasil, Cáritas Brasileira, Central dos Movimentos Populares (CMP), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Comissão 8 da CNBB, Comissão Pastoral da Terra, Grito dos Excluídos Continental, Grupo Romaria a Pé, Movimento dos Ameaçados por Barragens (Moab), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Pastoral da Juventude do Brasil, Pastoral Operária, Rede Rua e Serviço Pastoral dos Migrantes.