O cenário de pobreza, desemprego, desigualdade social e explosão demográfica das cidades têm favorecido a cultura da violência. Estes dados são apontados como agravantes no Relatório Violência nas Cidades da Organização das Nações Unidas – ONU. Os dados conjunturais do documento citado sinalizam uma radiografia preocupante que refletem diretamente nas formatações das políticas públicas.

Os conselhos de políticas públicas, a sociedade civil e as gestões municipais, estaduais e federal devem considerar estes fatores causadores e suas diversas soluções. Estas que exigem ações amplas e com visões interconectadas. Neste sentido, Volpi fala da necessidade de que “os governos precisam investir na integração de ações da educação, da saúde, da assistência social, da cultura, do esporte e do lazer de forma a garantir que os adolescentes tenham espaços seguros e protegidos para o seu desenvolvimento”. Ele reconhece a existência de programas na área, mas sinaliza “muitos estão atuando isoladamente e sem resultados efetivos”. E complementa as cidades precisam ser reorganizadas a partir de ações integradas para poder contribuir com a participação e o desenvolvimento de cada adolescente”.

A CF 2009 sinaliza o caminho da construção da cultura de paz e da cidadania alicerçada em Isaias na afirmação de “a paz fruto da justiça (Is 32,17). O documento texto-base da CF 2009 fala da necessidade dos espaços de controle social e elaboração política “a segurança é uma questão sóciopolítica que envolve a todos. Nenhum elemento da sociedade organizada deve ser excluído do processo ou eximir-se de sua responsabilidade”. O texto conclama a que “todos devem, portanto, colaborar na criação e na construção da ordem justa, sem a qual a paz é ilusória e não há segurança”.