No Equador, situado a nordeste da América do Sul, se constituiu o Comité Popular pelos Nossos Territórios contra o Habitat III, cuja trajetória começou em novembro de 2015 para questionar o modelo urbano imposto pelo contubérnio governo-capital nas cidades do mundo, que tem como precedentes Habitat I e Habitat II, reuniões que não acolheram os pronunciamentos dos cidadãos nem as demandas dos setores populares.
Como em diferentes países do mundo, os 15 milhões de equatorianos e os quase 2.4 milhões de habitantes de Quito, em particular, estão sujeitos a políticas governamentais que negoceiam os espaços públicos vitais e limitações profundas de acesso à saúde, educação, habitação, água potável, alimentos, ao trabalho, assistência social, à cultura, à comunicação, à liberdade de opinião e expressão, a uma justiça adequada e imparcial, serviços básicos de convivência social, que são direitos consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, pelo que ao negar as possibilidades de uma vida digna no campo, promovem a migração populacional do campo para a cidade. A povoação se afasta da sua íntima relação com o solo, gerando e sustentando a cultura da poluição indiscriminada que sai das imponentes estruturas verticais construídas sobre a demolição de vastas áreas verdes, sem que destas fique espaço mínimo para a recreação e reoxigenação vital das urbes.
Por isso, o Comité chama a sociedade a construir o Fórum Social contra o Habitat III com a participação de todas as organizações interessadas em juntar-se a este convite, recolhendo a herança de outros Fóruns Sociais realizados perante os mega eventos oficiais da ONU-Habitat, como o Fórum Social Urbano Alternativo e Popular de Medellín de abril de 2014 ou o Fórum Social Urbano de Nápoles de setembro de 2012 e as Assembleias Mundiais de Habitantes de 2013 e 2015 na Tunísia.
O Fórum Social se realizará em Quito nos mesmos dias da ONU-Habitat III, e se apresenta como espaço de mobilização e construção de propostas dos setores populares e carentes do mundo, para questionar o modelo urbano global baseado na aliança governamental com o capital que não busca o bem-estar humano, senão o crescimento dos grupos de poder.
O Comité Popular promove, ativamente, em Quito a obtenção de espaços de alojamento para as organizações concorrentes ao Fórum Social, assim como da manutenção e relações sociais da arte comunitária; por isso, este chamado é para as organizações sociais e coletivas comprometidas com bem-estar do mundo, decididas a fortalecer este espaço pelo habitat autenticamente humano que se realizará na cidade equatoriana, em outubro de 2016.
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