A luta pela moradia ganhou, com força e consistência, o centro do debate nacional a partir da organização dos movimentos populares. Adiada, sonegada por séculos, as reformas agrária e urbana no Brasil têm a marca da urgência manifesta em um déficit habitacional de quase 8 milhões.
Tal déficit é, dentre outros fatores, resultado do impacto das transformações tecnológicas caracterizadas pela globalização, associado ao crescente êxodo rural que demandou em um acumulo populacional, principalmente nos grandes centros urbanos, contribuíram para o agravamento de inúmeros problemas sociais.

O Brasil é um país extremamente rico, mas também amplamente desigual. Apesar dos avanços na economia, 36 milhões de brasileiros vivem em situação de extrema miséria (Senso 2006). Dados que refletem a má distribuição de renda e a privação do acesso a direitos constitucionalmente garantidos como: moradia, laser, educação, saúde; para grande a maioria da população.

Dessa forma, mais do que a luta pela conquista por moradia dígna, os movimentos populares defendem a criação de políticas públicas e a implantação de recursos que viabilizem a promoção de cidades mais justas, igualitárias, auto-sustentáveis e comprometidas com inclusão social e a redução das desigualdades sócio, econômicas e espaciais.

Visando a criação de políticas públicas para os setores democrático-populares, através de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais como alternativas de retomada de um projeto baseado na melhoria da distribuição da renda e diminuição das desigualdades sociais a CMP – Central de Movimentos Populares propôs a criação de um dia Nacional de Luta por Políticas Públicas com Participação Popular.

Por isso, hoje, 31 de maio, os movimentos organizados ganham as ruas de todo Brasil, conclamando o povo a gritar contra a concentração de riquezas nas mãos dos poderosos, contra as injustiças sociais cometidas contra líderes de movimentos sociais e principalmente contra a omissão do Estado frente à precariedade na qual vivem milhões de cidadãos expostos a situações de vulnerabilidade, ferindo a dignidade de seres humanos, como podemos citar o caso recente das famílias assoladas pela tragédia ocorrida no Morro do Bumba no Rio de Janeiro, assassinadas pela indiferença do poder público, assim  como as famílias diariamente vitimadas pelo sistema de precário saúde e de ensino, pelos grupos de extermínio, pela prostituição infantil e adulta, pela exploração da terra, pelos patrões burgueses autoritários e pelas várias violências sociais que atingem principalmente a maioria. 

Este ano de 2010, além de gritarmos contra essa realidade que tanto mata e aflige o nosso povo todos os dias, gritaremos também contra a Criminalização dos Movimentos Sociais, em Defesa de Um Fundo Publico do Pré ?Sal,  para resgatar a enorme dívida  social do Brasil.
Vamos unir nossas forças em favor dos excluídos e excluídas, dos nossos direitos e pela a plena justiça social. Vamos nos organizar. Vamos promover debates e mobilização em todo o Brasil. Gritemos bem alto, em favor da vida e da dignidade humana.

Saudações populares e Muita força nessa jornada!
A todos os companheiros e companheiras.