O 12° Encontro Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) vai receber, de amanhã (21 de julho) até sábado, cerca de três mil participantes em Porto Velho, capital de Rondônia. A carta final do encontro vai propor formas alternativas para resolver problemas que afligem, principalmente, a população amazônica.

O encontro traz o tema “CEBS/Ecologia e Missão”. Segundo o bispo da arquidiocese de Porto velho, dom Moacir Grecchi, o objetivo do 12º Intereclesial é “achar pistas para a solução dos problemas [da Amazônia]”.

Com o lema “Do ventre da terra o grito que vem da Amazônia”, o encontro pretende compartilhar experiências entre as CEB’s e conhecer melhor os dilemas vividos pelos povos amazônicos. As comunidades deverão visitar populações ribeirinhas, ocupações, áreas rurais, presídios, hospitais e aldeias indígenas para conhecer melhor a realidade amazônica.
“A Amazônia ainda não foi reconhecida pelo Brasil e pela Igreja”, reforçou o bispo. Dom Grecchi enfatizou que “os problemas da Amazônia estão ligados à devastação irracional da floresta, com o roubo de madeira e o extrativismo”.

O bispo ainda denunciou outros abusos cometidos por produtores de soja e de outros produtos na região da Amazônia. “A vegetação é derrubada aonde chega soja; o Rio Madeira é contaminado por mercúrio na extração de ouro. A Amazônia é tratada como colônia desde a época da borracha até hoje”, avaliou.

Na avaliação de dom Grecchi, o olhar sobre a Amazônia tem mudado através de iniciativas como a da Comissão Episcopal para a Amazônia. Criada em 2003, a comissão pretende sensibilizar para a questão da região e evangelizar através de uma perspectiva sociotransformadora.

“Parece que a Igreja está fazendo com que esse grito [de socorro] da Amazônia repercuta”, avaliou o bispo, que recordou outras ações como a Campanha da Fraternidade de 2007 (Fraternidade e Amazônia) e a carta papal sobre o meio ambiente, divulgada em dezembro de 2007.O bispo reforçou que a carta final do 12º Intereclesial se destina a seus “principais interlocutores”: as comunidades eclesiais de base. “O encontro não visa um grande feito. O objetivo é achar pistas, é plantar uma semente a partir do Evangelho”, esclareceu.
Ao menos 100 inscritos vão representar 38 povos indígenas de todo o Brasil. Os participantes já estão em porto Velho desde sábado, preparando sua participação no encontro.

A maioria dos inscritos no 12º Intereclesial representa as 272 dioceses brasileiras, organizadas nas 17 regionais da Conferência Nacional dos bispos do Brasil (CNBB). Desde 1975, os Intereclesiais discutem temas relacionados à realidade de vida da população brasileira.

Confira no site do 12º Intereclesial a programação completa: http://www.cebs12.org.br